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QUÃO PERIGOSA É A RADIAÇÃO DE CELULARES E
COMO VOCÊ PODE SE PROTEGER BBC BRASIL
Em,
15 de novembro de 2016
Deveríamos nos preocupar com as ondas de radio
frequência emitidas pelos celulares? Nós acordamos com ele, nos comunicamos por
meio dele e trabalhamos com ele. Às vezes, acordamos no meio da noite para
consultá-lo. E se o perdemos ficamos sem saber o que fazer. O mundo de hoje é
inimaginável sem o telefone celular. Tanto é que muitos ficam obcecados pelo
aparelho. Mas, nos últimos anos, com o aumento dos casos de câncer - uma das
principais causas de morte em todo o mundo - vêm crescendo as preocupações sobre
as possíveis ligações entre os celulares e o risco de desenvolver tumores
malignos. "Nas últimas décadas foi realizado um grande número de pesquisas
para analisar se as ondas de rádio frequência (RF) colocam em risco a nossa
saúde", disse à BBC Emilie van Deventer, diretora do Programa de Radiação
do Departamento de Saúde Pública, Meio Ambiente e Determinantes da Saúde da
Organização Mundial da Saúde (OMS). "À medida que mais ondas de RF têm
aparecido em nossas vidas, a questão a ser resolvida é se existem efeitos
adversos por parte de celulares, torres de telefonia ou conexões wi-fi a níveis
de exposição ambiental." Van Deventer diz que as pesquisas também tentam
analisar problemas de fertilidade e hipersensibilidade. Mas até agora, a
resposta tem sido ambígua. 'Riscos Potenciais' As ondas de RF dos celulares são
"uma forma de energia eletromagnética que está entre ondas de rádio FM e
as micro-ondas. E é uma forma de radiação não ionizante", explica em seu
site a Sociedade Americana Contra o Câncer (ACS, na sigla em inglês). De acordo
com a organização, essas ondas "não são fortes o suficiente para causar
câncer", porque, ao contrário dos tipos mais potentes de radiação
(ionizantes), não podem quebrar ligações químicas no DNA. Isso só aconteceria,
eles explicam, em níveis "muito altos", tais como em fornos de
microondas. No entanto, a questão está sendo revista. Emilie van Deventer -
autora de cerca de 50 publicações científicas sobre radiações não-ionizantes -
diz que a OMS está investigando o tema novamente. Embora faltem provas, é certo
que há "potenciais riscos a longo prazo", especialmente relacionados
a tumores na cabeça e pescoço, diz a especialista.
A torres de telefonia também emitem energia
eletromagnética. A ACS também aborda esta questão: "Quanto mais próximo
estiver a antena (do celular) da cabeça, espera-se que maior seja a exposição
da pessoa à energia de RF", adverte. Taxa de absorção específica e outros
sinais Quando os tecidos do nosso organismo podem absorver essa energia, os
especialistas chamam isso de "taxa de absorção específica" (ou SAR,
na sigla em inglês). Cada celular tem seu nível SAR que, em geral, pode ser
encontrado no site do fabricante. Nos Estados Unidos, o nível máximo permitido
é de 1,6 watts por quilograma (W/kg). No entanto, a Comissão Federal de
Comunicações (FCC) dos EUA, adverte que "comparar valores de SAR entre
telefones pode causar confusão", porque essa informação é baseada no
funcionamento do aparelho em sua potência mais elevada, e não o nível de exposição
em uso normal.
As ondas de radio
frequência dos celulares são de baixa potência, mas seu impacto na saúde
preocupa os cientistas. Mas também há pesquisas que associam o uso do telefone
celular com câncer de pele e câncer de testículo. Para fazer essas análises, os
pesquisadores usam dois tipos de estudos: de laboratório (com animais) e em
pessoas (comparando as taxas de câncer). Conheça a mulher que é alérgica a água
O problema, explica Van Deventer, é que "muitos cânceres não são
detectáveis até muitos anos após as interações que causaram o tumor, e como o
uso de celular não foi popularizado até os anos 1990, estudos epidemiológicos
só podem avaliar os cânceres que se fizeram evidentes em períodos de tempo mais
curtos". Até agora, o maior estudo já realizado é o Interphone, uma
investigação em grande escala que foi coordenado pela OMS por meio de sua
Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês),
na qual os dados de 13 países, incluindo Reino Unido, Austrália, Japão e Canadá
foram analisados.
O uso do celular se
popularizou nos anos 1990, desde então, as vendas não têm parado de crescer o
estudo analisou o uso de celular em mais de 5.000 pessoas com tumores cerebrais
e em um grupo similar de pessoas sem tumores. "Nenhuma ligação foi
encontrada entre o desenvolvimento de gliomas e meningiomas (tumores cerebrais)
e o uso de telefones celulares por mais de 10 anos", diz Van Deventer.
"Mas há indicações de um possível risco de gliomas entre os 10% das
pessoas que disseram ter usado seus telefones com mais frequência, embora os
pesquisadores concluíssem que erros retiraram força destes resultados",
acrescentou o especialista. No final, IARC classificou as radio frequências
eletromagnéticas como "possíveis cancerígenos para os seres humanos",
uma categoria "utilizada quando a relação causal é considerada confiável,
mas as oportunidades, distorções ou confusões não podem ser razoávelmente
geridos", diz Van Deventer. Como funciona a universidade sem professores
inaugurada nos EUA. Essas limitações têm a ver com a nossa dificuldade em
lembrar quantas vezes usamos o telefone durante uma década e também com a
mudança de uso do celular ao longo do tempo, e as complicações no estudo de
cânceres cerebrais. Mas a questão permanece sobre a mesa (e no laboratório) de
cientistas de todo o mundo. A OMS espera publicar, até ao final de 2017, uma
"avaliação de risco formal" sobre esta questão, conta Van Deventer. O
vendedor de praia que recusou oferta de emprego de um dos homens mais ricos do
mundo. Também é preocupante a vulnerabilidade especial das crianças, porque
seus sistemas nervosos ainda estão em formação. Já se realizou um estudo em
grande escala sobre o assunto e há outro em curso na Austrália, cujos
resultados serão publicados em breve.
O debate sobre os riscos
do celular para a saúde ainda não tem claras conclusões. MEDIDAS DE PREVENÇÃO.
Enquanto isso, alguns dizem que é melhor prevenir do que remediar. Nesse
sentido, Van Deventer recomenda o seguinte: - Usar fones de ouvido ou deixar o
celular no viva-voz, para mantê-lo longe de sua cabeça; - Limitar o número e a
duração das chamadas, especialmente com crianças; - Usar o telefone em áreas de
boa recepção, pois isso faz com que o celular transmita com uma potência de
saída reduzida. Obs.: A Sociedade Americana do Câncer recomenda enviar mais
mensagens do que ligar e limitar o uso do celular. Outra opção é escolher um
telefone com um valor de SAR reduzido (menos níveis de ondas de RF). Mas nem
todas as prevenções são bem-vindas pela ciência. "O uso de protetores de
celular para absorver a energia de radio frequência não se justifica e a
eficácia de muitos dispositivos comercializados para reduzir a exposição não
foi comprovada", diz Van Deventer. Direito de imagem GETTY IMAGES Image
caption. Segundo especialistas, uso de celular tem "riscos potenciais a
longo prazo"
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IMPORTANTE: Seria de bom
grado se ter uma atenção redobrada para o uso excessivo de celulares por
crianças, pois, certamente, elas são mais sensíveis às irradiações pelas ondas
magnéticas geradas pela radio frequência em forma de micro-ondas.
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LAL25022018